A cosmovisão cristã na história tem passado por mudanças nem sempre em direção ao pensamento bíblico acerca de Deus, do mundo e de nós seres humanos.
Nos últimos séculos, vimos esta cosmovisão passar por vários estágios, desde uma visão mais bíblica de mundo até, atualmente, no chamado “gnosticismo evangélico” pós-moderno.
Na Era pré-moderna prevalecia o TEÍSMO. Havia a ideia de um Deus Criador, transcendente e imanente, e de uma comunicação e interação entre o físico e o espiritual. Deus se revelou de modo especial (através das Sagradas Escrituras e da pessoa de Jesus Cristo) e de modo geral (através da natureza do homem e do desenho da criação).
Já na Era Moderna, vimos o Iluminismo dar à luz o DEÍSMO, a ideia de que Deus é transcendente, mas não é imanente. Deus criou o universo e suas leis, mas a revelação especial é rejeitada. O homem racional pode entender a existência de Deus e das leis naturais, mas não pode conhecê-lo pessoalmente. Este período é marcado pela rejeição do que não se pode conhecer pela RAZÃO. O Deísmo, por sua vez, originou o racionalismo.
Nos Séculos XIX e XX surge, então, o Materialismo ateísta ou SECULARISMO, onde o Universo é impessoal e mecânico, sem Deus. Livre dos absolutos, o homem está livre para decidir o que é certo ou errado, verdadeiro ou falso (o problema é: qual homem que decide?). Não há revelação. Não há transcendência para se investigar.
A igreja ficou fora do debate, abandonou a razão para “apenas crer”, caindo na antiga DICOTOMIA GREGA, dividindo o universo em um espaço espiritual (sagrado) e o espaço físico (profano).
“Os cristãos atuais sofrem de ‘dupla personalidade’. Domingo são religiosos, quando vão à igreja, mas de segunda a sábado são seculares, no trabalho, recreação e educação. Esta cosmovisão é o GNOSTICISMO EVANGÉLICO. Nunca ouviram o desafio de ser cristãos conscientes em suas vidas diárias, eles estão conformados com o padrão do mundo e têm uma mente secular” (Darrow Miller).
No Século XXI vivemos o Pós-modernismo. Não se trata de algo novo, mas do ressurgimento do animismo (nova era) como resposta às necessidades mais profundas do ser humano que o secularismo (racionalismo) não consegue preencher. Pessoas buscam a iluminação espiritual visando escapar do mundo físico.
Vemos que a principal batalha espiritual é travada na mente humana. Este é o campo de disputa entre o Reino de Deus e o reino das trevas.
“Mas quem é espiritual discerne todas as coisas, e ele mesmo por ninguém é discernido; pois ‘quem conheceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo?’ Nós, porém, temos a mente de Cristo”. (1 Coríntios 2:15,16)
